Com a largada do beta fechado, o jogo da Grinding Gear Games mostra que a galera está sedenta por um bom ARPG e que a concorrência que se cuide.
Se tem uma coisa que a gente, gamer, aprendeu ao longo dos anos é a desconfiar de promessas. “O jogo vai revolucionar o gênero”, “o mundo será imenso e sem fronteiras”, “você vai poder fazer qualquer coisa que imaginar”. A gente já ouviu de tudo, e a nossa primeira reação é sempre a mesma: dar uma risada sarcástica e esperar para ver. E quando se trata de jogos de RPG de Ação (os famosos ARPGs), a desconfiança é ainda maior. Afinal, depois de anos de grind insano, de loot boxes e de monetizações duvidosas, a gente já se acostumou com a ideia de que o hype quase nunca se sustenta. Mas, para a nossa surpresa e alegria, o universo de Path of Exile 2 acaba de provar que, sim, o hype pode ser real.
Em um feito que deixou o mercado de games de queixo caído, o jogo da Grinding Gear Games (GGG) viu a sua contagem de jogadores ativos disparar em mais de 300 mil pessoas em um único fim de semana. E aqui vem o detalhe mais irônico e ao mesmo tempo mais impressionante: esse número, na verdade, não é de jogadores, mas de espectadores simultâneos na Twitch! Ou seja, o jogo nem chegou a ser lançado oficialmente, mas já tem mais gente assistindo do que muitos blockbusters por aí. É como se a banda do momento ainda não tivesse tocado um show, mas já tivesse lotado o estádio. E a razão para esse frenesi? O lançamento tão esperado do Beta Fechado.
Para entender a magnitude desse número, a gente precisa voltar um pouco no tempo e entender o que é Path of Exile. Em um mundo de ARPGs dominado por uma certa franquia chamada Diablo, o PoE surgiu como um refúgio para os jogadores mais exigentes. Um jogo gratuito, com um sistema de monetização baseado apenas em cosméticos (e nada de pagar para ser mais forte), e com um sistema de customização de personagens tão complexo que a gente precisa de um curso de três meses só para entender a árvore de habilidades. O Path of Exile conquistou o seu público, e se tornou o queridinho dos “hardcore gamers”. E por anos, ele fez o seu trabalho, dando à comunidade um lugar para viver a sua paixão por grind e loot sem o peso de ter que abrir a carteira a cada nova temporada.
Com o sucesso do primeiro jogo, a GGG anunciou a sequência. Mas o que a gente pensava que seria um jogo totalmente novo, na verdade se tornou uma expansão gigante, com duas campanhas distintas e um novo sistema de habilidades. E a gente, que já estava acostumado com a política da GGG de entregar um produto de qualidade, ficou ainda mais ansioso. A espera foi longa, com vários adiamentos e a gente se sentindo mais um ancião esperando o messias do que um gamer esperando um jogo. Mas o momento chegou. O beta fechado de Path of Exile 2 foi lançado, e o mundo do streaming explodiu.
O pico de mais de 300 mil espectadores na Twitch é a prova definitiva de que a Grinding Gear Games conseguiu o que poucos conseguem: gerar um hype genuíno e sustentável. As pessoas não estavam assistindo por causa de um anúncio caro ou por um comercial na TV. Elas estavam assistindo porque queriam ver o jogo em ação, ver as novas classes, as novas habilidades e a nova campanha. E, mais importante do que isso, elas estavam assistindo porque confiam na marca. A GGG construiu uma reputação de ouvir a comunidade, de entregar um produto polido, e de não tentar tirar dinheiro do jogador a cada nova temporada. E essa confiança se traduziu em números.
O que a gente viu no beta de PoE 2 é a prova de que a gente não se importa com a repetição de um gênero, desde que a gente se divirta. O jogo mantém a sua essência. A gente ainda vai passar horas matando monstros em busca de um item lendário, e a gente ainda vai se perder na árvore de habilidades. Mas a GGG inovou em pontos importantes, como a nova campanha, que tem seis atos e que, diferente do primeiro jogo, não tem a mesma história se repetindo no final. Eles também mudaram a forma como a gente usa as gemas, permitindo que a gente linke habilidades de forma mais orgânica. E, claro, os gráficos estão de tirar o fôlego. O jogo está lindo, e o combate está mais fluido e responsivo do que nunca.
O que a gente pode tirar de lição desse fim de semana é que, no mundo dos games, a verdade e a autenticidade ainda são as moedas mais valiosas. A Grinding Gear Games poderia ter investido uma fortuna em marketing, mas eles escolheram o caminho mais inteligente. Eles focaram no produto. Eles deram ao seu público o que ele queria: um jogo de qualidade, justo e com um monte de coisas para a gente grindar. E o resultado não poderia ter sido melhor. O hype que eles geraram de forma orgânica e honesta é algo que muitas empresas com bilhões de dólares no bolso só podem sonhar. E para a gente, do lado de cá, é um alívio saber que o nosso gênero favorito ainda tem desenvolvedores que se importam de verdade com a experiência do jogador, e que, no final das contas, o que importa mesmo é a diversão.
Deixe nos comentários abaixo: Depois de ver o beta, qual é a sua expectativa para Path of Exile 2? Você acha que ele vai desbancar o Diablo?
