A gente, que já acompanha o universo dos games há algum tempo, sabe que existem duas verdades universais: a primeira é que não existe botão de “S” em jogo de tiro, e a segunda é que finais de sagas longas em games são sempre uma faca de dois gumes. Ou você tem um final épico, que te deixa chorando de emoção, ou você tem um final que te faz jogar o controle na parede e se perguntar por que você investiu anos da sua vida em algo tão decepcionante. Felizmente, a Bungie e Destiny 2 provaram, mais uma vez, que eles são mestres em dar ao público o que ele quer. E com o lançamento da expansão A Forma Final (The Final Shape), a saga da Luz e da Escuridão de uma década chegou a um final que, para a nossa alegria, valeu cada minuto de espera. E, para que não haja dúvidas, não, o Lodi não matou o JFK.
Para entender a grandiosidade desse momento, a gente precisa voltar um pouco no tempo. Para ser mais exato, dez anos. Em 2014, quando Destiny foi lançado, a gente estava embarcando em uma jornada que mal sabíamos para onde nos levaria. De pequenos Guardiões, subindo de nível e matando os Caídos em missões aleatórias, a gente evoluiu para a linha de frente de uma guerra cósmica, enfrentando deuses, titãs, e todo tipo de inimigo que a Bungie pudesse imaginar. A gente viu personagens virem e irem, chorou com a morte do Cayde-6, celebrou cada vitória e se uniu para enfrentar o impossível. A gente se tornou, de fato, os “Vanguardas” que a gente precisava ser.
E o que a gente temia, mais do que qualquer coisa, era o final. O desfecho dessa longa e complexa história. Mas a Bungie, mais uma vez, provou que ela entende a sua base de fãs como poucas empresas. A expansão A Forma Final não é apenas uma conclusão, é uma celebração de tudo o que a gente viveu. A história nos leva para o coração do Viajante, que por 10 anos foi apenas aquela bola gigante e misteriosa pairando sobre o nosso universo. Entrar nele, e ver as paisagens que ecoam memórias da nossa jornada, é um momento de pura nostalgia. É como voltar para a casa da sua infância e ver que tudo ainda está lá, mas com um toque de surrealismo cósmico.
A nossa missão, claro, é enfrentar a maior ameaça de todas, a Testemunha, a entidade que representa o ápice da Escuridão. E o que a Bungie fez para esse confronto final é simplesmente genial. A gente não luta apenas como a gente, mas como um exército. Para o confronto final, que é a missão Excisão, a Bungie abriu as portas e permitiu que 12 jogadores se unissem para a batalha. Doze, gente! Se você já passou nervoso para montar um time de 6 para uma incursão, imagine a loucura de montar um time de 12 para a missão final da saga. É o caos controlado, a união de uma comunidade, a culminação de anos de trabalho em equipe. E é uma experiência inesquecível.
Além do confronto final, a expansão nos deu uma nova habilidade para brincar: a subclasse Prismática. Se a gente já amava combinar as habilidades da Luz e da Escuridão, agora a gente pode fazer isso de uma forma ainda mais poderosa. É a prova de que a nossa jornada de 10 anos não foi em vão. A gente não apenas derrotou os nossos inimigos, a gente se tornou algo novo, algo que a Testemunha não esperava. A gente se tornou, de fato, a Forma Final. É um toque de gênio da Bungie, que nos dá uma recompensa tangível por toda a nossa dedicação.
Mas o que vem depois do final? A Bungie, que já está pensando à frente, nos deu a resposta. A saga da Luz e Escuridão pode ter acabado, mas a jornada dos Guardiões continua. A expansão A Forma Final serve como um ponto de virada, o fim de um arco e o começo de outro. A gente, que já se acostumou com a nossa rotina de patrulhas e missões, vai ter que se preparar para uma nova aventura, uma nova saga, que já tem um nome: a Saga do Destino (The Fate Saga). É a promessa de que a gente não vai ter que se despedir do universo que a gente ama, e que a gente vai poder continuar a nossa jornada, mas agora com a sabedoria de quem já salvou o universo uma vez.
No final das contas, o que a Bungie fez com A Forma Final é um trabalho de mestre em contar histórias. Eles souberam honrar o passado, criar um presente emocionante e nos dar esperança para o futuro. Eles nos deram um final de saga que a gente merecia, e que nos fez chorar, rir e, o mais importante, sentir que a nossa jornada valeu a pena. A gente não está apenas jogando um jogo. A gente está vivendo uma lenda. E com a vitória contra a Testemunha, a gente provou que a nossa lenda é real.
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