Night in the Woods: um jogo que te conquista no tapa mas com um abraço depois

Se você já passou por aquela fase de voltar pra casa depois que o mundo parece ter desabado, Night in the Woods vai te acertar em cheio. Eu simplesmente fiquei apaixonado por esse jogo. Ele te irrita, te encanta, te confunde, mas no fim das contas, te deixa pensando na vida.

Night in the Woods | Baixe e compre hoje - Epic Games Store

Esse indie é um desses raros casos onde as contradições não atrapalham, elas constroem o charme. É um jogo extraordinário e falho, fofo e pesado, engraçado e triste, simples de jogar e complexo de sentir. E tudo isso embalado por uma trilha sonora que parece saída de um sonho meio quebrado, mas que faz total sentido quando você entende o coração dele.

Uma gata de 20 anos e uma cidade que parece parada no tempo

Em Night in the Woods, você é Mae Borowski, uma gata antropomórfica de 20 anos que acaba de largar a faculdade e volta pra sua cidade natal, Possum Springs, um lugar tão quieto e esquecido que parece estar afundando em tédio e nostalgia. A história gira em torno da tentativa de Mae de reencontrar um propósito, reconectar-se com os velhos amigos e lidar com os fantasmas do passado (e, acredite, não é só uma metáfora).

O detalhe curioso é que ninguém no jogo parece ligar pro fato de que todos são animais falantes. Mae é uma gata, sua amiga Bea é uma crocodila, Gregg é uma raposa e Angus é um urso, mas o mundo segue como se fosse a coisa mais normal do planeta. E, de alguma forma, isso funciona.

Indie Spotlight – Night in the Woods - Can I Play That?

Mae é uma protagonista que faz tudo errado, e por isso mesmo é fascinante. Ela é teimosa, confusa, engraçada e completamente perdida. O tipo de personagem que você quer sacudir pelos ombros e dizer “amiga, faz terapia!”, mas que também te faz rir com um simples comentário sarcástico.

Sobre crescer (e não querer crescer)

A graça de Night in the Woods está no cotidiano. Em vez de te jogar numa aventura épica ou numa jornada heróica, o jogo te entrega algo bem mais humano: voltar pra casa e perceber que nada é como antes. Você pode passar a noite vendo TV com seu pai, bater papo com a mãe na cozinha, ou sair pela cidade conversando com personagens que vivem suas pequenas tragédias.

E o mais impressionante é como tudo isso parece real. As conversas são cheias de humor e vulnerabilidade. Uma briga com sua mãe realmente dói. Um passeio noturno com os amigos pode ser a melhor parte do dia. As histórias se desenrolam devagar, como a vida mesmo, e é aí que o jogo te fisga.

Às vezes, Night in the Woods parece te provocar: “Você quer ação? Lamento, aqui o máximo que vai fazer é pular em telhados e falar sobre ansiedade.” E ainda assim, você fica. Porque esse jogo tem alma.

O começo é lento

Análise: Night in the Woods (PC/PS4) — triste e feliz - GameBlast

Não dá pra negar: o início é arrastado. Durante as primeiras horas, você praticamente só clica pra passar diálogo. Chega um momento em que parece que você tá girando uma manivela pra assistir a um desenho animado. Mas quando a história começa a engrenar, o envolvimento é inevitável.

Mae começa a sonhar, e o jogo te coloca em sequências oníricas com plataformas e uma atmosfera quase surreal. São momentos de pura poesia visual, onde o salto de Mae vira metáfora pro salto emocional que ela precisa dar pra seguir em frente. É o tipo de design narrativo que não te explica nada, mas te faz sentir tudo.

E o mais interessante é como o jogo equilibra o absurdo e o banal. Um dia você tá brigando com a mãe, no outro tá explorando ruínas sombrias com uma lanterna, e de repente tudo se mistura num turbilhão de simbolismo e introspecção.

Humor, trauma e um bando de amigos problemáticos

Night in the Woods não é sobre crescer, mas sobre se tornar um adulto | The  Verge

O grupo de amigos de Mae é o coração do jogo. Bea, a crocodila gótica e cínica, é uma das personagens mais complexas que já passaram por um indie. Ela é prática, amarga e carrega o peso da vida adulta que Mae evita. Gregg, o fox hiperativo que grita “CRIMES!” a cada oportunidade, é o caos personificado e, Angus, o namorado dele, é o oposto, gentil, racional e um tanto melancólico.

Esses personagens têm mais camadas do que parecem. Suas conversas com eles mudam conforme as escolhas que você faz, e isso define não só o rumo dos diálogos, mas o tipo de conexão emocional que você vai criar. Mesmo os NPCs mais aleatórios da cidade têm histórias que se desdobram conforme os dias passam.

E o que Night in the Woods faz de forma genial é te fazer se importar com tudo isso sem precisar forçar nada. Você vai querer saber se Bea está bem, se Gregg ainda tem energia pra lidar com o mundo, e se Angus vai finalmente encontrar paz.

Um espetáculo visual em 2D

Night in the Woods: The Mystery of Possum Springs – GameSkinny

Se tem algo que não dá pra discutir, é o visual. Night in the Woods é lindíssimo. O estilo de arte é vibrante, as cores do outono pintam cada cena com uma melancolia bonita, e as animações são um show à parte. Os pequenos detalhes, o piscar dos olhos, o movimento das orelhas, os gestos sutis, mostram o carinho absurdo que os desenvolvedores colocaram aqui.

Mesmo com mecânicas simples, o jogo parece vivo. Andar pela cidade, subir em telhados, explorar os becos, tudo é feito com uma delicadeza que transforma o banal em mágico.

E a trilha sonora? Um abraço em forma de som. Mistura melancolia e leveza, deixando cada momento ainda mais imersivo.

Pequenos defeitos, grandes emoções

Coziest game settings that make your heart swell | Page 3 | ResetEra

A movimentação pode ser meio truncada, e às vezes você passa direto por interações porque o “ponto de clique” é minúsculo. Algumas falas soam repetitivas, especialmente porque todos os personagens compartilham o mesmo tipo de humor sarcástico, o que pode cansar depois de algumas horas.

Mas, sinceramente? Esses detalhes viram poeira diante do que o jogo entrega emocionalmente. Quando Night in the Woods te acerta, ele te desmonta.

Quando o jogo diz “escolha” mas não deixa você escolher

the weaknd — belgania: Night in the Woods edit (8/?)

Um dos momentos mais interessantes (e irritantes) é perceber que o jogo te dá a ilusão de escolha, mas não a liberdade real. Em uma festa na floresta, por exemplo, Mae é pressionada a beber. Você pensa: “Legal, posso decidir se quero ou não!”, mas não, você vai acabar bebendo. Porque o jogo quer te mostrar como Mae toma as piores decisões possíveis, e você só está lá pra assistir.

Isso pode parecer frustrante, mas faz parte da narrativa. Night in the Woods não é sobre você controlar uma história, é sobre acompanhar o colapso de alguém tentando entender quem é.

Com o tempo, o jogo te dá escolhas mais significativas, como decidir com quem passar a noite. Bea, Gregg ou até uma nova amizade com uma garota do ensino médio. Cada caminho revela mais sobre Mae e sobre o que o jogo realmente quer dizer: crescer é um caos, e ninguém sabe o que está fazendo.

O que eu achei de tudo

Night in the Woods não é um jogo pra todo mundo. Mas pra quem se conecta, vira uma daquelas experiências que grudam na alma.

Review: Night in the Woods

E você? Já jogou Night in the Woods ou tem curiosidade de conhecer? Acha que jogos narrativos conseguem te emocionar mais do que os de ação? Conta aí nos comentários!

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